Para onde eu vou, não há sequer um “eu” que me direcione e que me exclua de tudo aquilo que me cerca.
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Há um voar de inexplicável liberdade, uma espiral de ventanias por onde deslizo e que desliza dentro de mim. Não há nenhuma dúvida, nenhum receio, nem o menor questionamento. Tudo se manifesta espontaneamente, alheio a qualquer querer ou esperar.
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Há uma vastidão de cores tão reluzentes, uma teia de luzes que se entrelaçam com o meu maravilhamento. Tudo vibra, tudo pulsa num silêncio quase melodioso. Para além de qualquer palavra ou pensar, sinto o Amor que é a origem de tudo e do qual tudo se origina.
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Há essa estranha e extasiante sensação de que essa brisa de suave violeta, essas folhas cor esmeralda, esses rios de cristal, toda essa dança, todo esse movimento que me move, tudo isso sou eu mesmo e não há nada que eu não seja, não há nada em que eu não esteja.
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É a arrebatadora certeza do retornar. É um eterno e inexplicável pertencer…
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“Não deixaremos de explorar
E o fim de toda a nossa exploração
Será chegar aonde começamos
E conhecer o lugar pela primeira vez…”
– T. S. Eliot