Aqui dentro vive um Índio.
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Debaixo da brevidade desta pele, por debaixo deste manto, bate um coração de verde florestal, de vazios e de cheias, de pura essência animal, sob uma alma de aldeias. Quando eu me despir destas vestes, voarei com o sopro ancestral, viverei nos mistérios da mata enluarada, renascendo nas flores, fundindo-me às cores dessa eterna alvorada…
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Eu não me perco em glórias vãs, caminho só pelo gosto do caminhar, sem me perder em qualquer ânsia, em qualquer buscar. A Floresta é minha riqueza, as penas que ornam meu cocar, o Sol que fulgura a beleza. Minha vida é combate, mas eu, desde bem cedo, aprendi a lutar. Não fujo da morte, bem sei que o morrer é o meu pronto retornar.
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Meu sorriso é a luz da inocência, minha sabedoria é a simplicidade. Tudo antes de ser meu, é da minha irmandade. Ao som da Maracá e na batida do Tambor, faço ritmo e compasso, danço a dança da vida, com alegria e destemor. Se viver também é pranto, se viver também é dor, sei que a escuridão das minhas noites só se ilumina com Amor.
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Carrego uma flecha que nunca erra e o dever de guardar esta Terra. Eu honro essas matas e protejo sua memória. Eu que aqui já estava, antes que a cruz e a bala impusessem sua história. Trago a força do meu rezo, os meus encantos e as ervas pra curar. O Grande Espírito dá voz ao meu canto, e no seio da Mãe Divina encontro meu repousar.
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Tão logo me derrubam, já me ergo sem demora. Desses breves ventos eu vim, com eles logo irei embora…
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Arte do irmão @riosrenatorios
