Acordou querendo fazer amizade com o Vento que voa, voa, voa, livre de qualquer carga ou densidade que pudesse lhe impedir de se elevar às alturas das Casas Celestes. Quis conversar com a Água que flui, flui, flui sem jamais questionar os desvios que eventualmente tem de fazer para chegar aos oceanos cristalinos da consciência.
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Para tanto, precisou silenciar, pois o silêncio é o maior sinal de poder que um guerreiro pode demonstrar ao mundo. Adentrou o seu Templo de Mistérios e lá ouviu atentamente a todas as palavras que não são ditas. Deixou de lado todas aquelas pequenezas do ego, os desejos fúteis, os pensamentos viciosos e as preocupações vãs.
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Parou de questionar, parou de correr, parou de pedir… Foi assim que percebeu que a Natureza segue o seu divino movimento a despeito de qualquer querer, sem lutar contra as folhas que caem ou sem acelerar a alvorada de cada manhã. A Natureza apenas persiste alheia às insistências e flui não por querer, mas porque assim deve ser.
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Amanheceu assim, decidido a voar, a fluir, a se refugiar na quietude do seu universo interno, onde as tormentas do passado e os anseios do futuro não lhe alcançam. Onde a Natureza diz tudo, sem precisar dizer nada. Onde a paz reina soberana e os pensamentos traiçoeiros silenciam diante da certeza sempre humilde e curiosa do aprendiz…
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Ali permaneceu. E se permitiu adormecer novamente. Sem saber para qual direção seus sonhos iriam lhe levar…